Canção Final por Carlos Drummond de Andrade
Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
Desejo a vocês…
Rir como criança
Ouvir a chuva no telhado
Namoro no portão
Ter um ombro sempre amigo
Esperar alguém na estação
Ter fé em Deus
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
O Bardo de Itabira, como era chamado o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, nasceu no século 20. Ao longo de seus 85 anos publicou mais de 30 livros de poemas, e quase 20 de prosa, além de integrar antologias poéticas e produzir histórias infantis, entre tanta inspiração, em 1984 compôs e publicou o poema ‘Lira Itabirana’.